Van dirigiu-se à carroceria do carro e tentou abrir, mas a maldita coisa nem se mexeu. Comprara a velha picape num ferro velho e o pai lhe deu uma nova vida com um motor usado. A aconcelhou a dar de entrada quando precisasse de outra. Ela não lhe deu ouvidos e anos mais tarde quando ele morreu de repente, percebeu que nunca se livraria daquela Chevy. Agora era ela mesmo que fazia a manutenção, era como se fosse um pedaço do pai. Ela retirou um saco de lona pela lateral do carro jogou no ombro e seguiu em direção ao cais. Ela era de estatura mediana, cabelos escuros, num rabo de cavalo, com um boné.
Logo a frente, uns velhos lobos do cais jogavam baralho num banco. Eram pescadores reformados que viviam de aposentadoria e relaxavam junto ao cais durante a tarde, contando os barcos, controlando o preço da lagosta e contando lorotas.
XxxX: Ei princesa! (gritou um velhote com óculos enormes)
Van: Vomo vai Bony?
Bony: Estou quase sem dinheiro. Precisa de tripulação para a tarde?
Van: quem me dera poder te pagar.
Bony: Eu te imploro! Trabalho de graça... não agüento mais ficar aqui...
XxxX: Ele não agüenta é perder o jogo de novo... (falou um dos parceiros de jogo)
Bony: Por favor Van me deixa ir com você...
Van: Quer ter outro ataque do coração? Sabe que é isso que pode acontecer. (piscou-lhe)
Van: Até logo! (disse ajeitando o saco de lona nas costas e seguindo)
Bony: CUIDADO COM O TEMPO! (ele gritou alertando)
Van: CLARO! E TENTA NÃO PARTIR MUITOS CORAÇÕES ENQUANTO EU NÃO VOLTO!
Todos riram enquanto ela se afastava. Usava blusa larga, tinha olhos e rosto que as mulheres em Los Angeles e Nova Yorque pagavam fortunas aos cirurgiões plásticos para conseguirem. Era uma daquelas belezas naturais que nunca se dava ao trabalho de olhar para o espelho a não ser para se certificar de que não estava suja de sangue após uma dura noite velejando.
Van foi até seu barco, um veleiro de 38 pés, com casco azul-ardósia, um convés branco perfeito e com o nome Querência pintado de dourado na polpa. A maré tinha subido a metade e o ar cheirava a algas e sal.
Van: Vai me ajudar ou ficar aí sentado? (perguntou a um grandalhão que balançava os pés na borda do barco.
XxxX: Se vira muito bem sem mim. (retorquiu Tink Wetherbee – tinha um metro e noventa, o peitoral avantajado, rosto peludo e cabelos desgrenhados que ele mesmo cortava. Van gostava de zuar dizendo que se pendurasse um barril no pescoço ficaria igualzinho a um são Bernardo..
Tink: Sabe? Para um garota, até que tem muita força.
Van: Quer dizer que tenho muita força para uma garota que assina o cheque do seu ordenado e que conseguiria te dar um chute nesse traseiro miserável.
Tink: O que o meu traseiro tem de miserável?
Van: Acredite. É uma visão deplorável. (Ela pulou dentro do barco dando-le uma cotovelada nas costelas) Só mais uma semana! Uma semana e lá vou eu. Acha que vai sentir saudades de mim?
Tink: Saudades de você? Acha que os escravos sentiam saudades dos seus donos?
Van: Muito engraçado! (Ela disse mexendo nos instrumentos de navegação.) Como está a vela grande? Pronta para a grande viajem?
Tink: A melhor que já fizemos. Vai causar inveja a todo mundo.
Van: Ainda bem.
Ela se espreguiçou. Estava com o corpo dolorido do treino intenso dos últimos meses. Fez milhares de flexões, correu e nadou centenas de milhas. Cada passo e cada braçada haviam sido cuidadosamente calculados para que fosse capaz de amarrar velas com ventos de força 10, agüentar longas vigílias em alto mar e içar âncoras.
Na semana seguinte, depois do tiro de partida, Van zarparia numa corrida solitária de volta ao mundo e se tivesse sorte aproveitaria os ventos durante mais de 30000 milhas. Era a maior aventura do mundo desportivo, o sonho de uma vida, e uma oportunidade única para o seu negócio de fabricação de velas. O objetivo de Van era tornar-se uma das primeiras dez mulheres a concluir a viagem. Até o momento só oito conseguiram. Todos na cidade torcia por ela, arrecadavam dinheiro de diversas formas para a viajem.
Van começou a colocar os equipamentos e a içar as velas, porém uma delas travou.
Van: É melhor ir lá em cima dar uma olhada.
Tink: Quer me içar até lá?
Van: Ninguém tem tanta força assim. (ela se sentou em uma cadeirinha de madeira amarrada em uma corda)
Van: Aí vou eu! (Ela anunciu e Tink, com alguns puxões içou ela até o topo do mastro.)
Ela destravou a vela usando um canivete.
Van: Pronto! Mas me deixe aqui mais um pouco, adoro essa vista.
Observou a cidade que acompanhava a curva da costa. Por mais que adorasse aquela cidade, Van acreditava que lá fora, para além das rochas, havia algo para ela. Havia um mundo para descobrir e, se Deus quisesse, um grande amor à sua espera. Ao longo dos anos, observou com atenção todos os rapazes desejáveis da cidade. Eram apenas sete. Saiu com tipos desde Boston a Burlington, mas após uma serie de fiascos por toda a Nova Inglaterra, percebeu que não ia encontrar seu príncipe encantado nem se quer um Zé qualquer (adorei essa expressão...rsrsrs) que a compreendesse. Portanto resolveu se aventurar. Nessa viajem que duraria cerca de quatro meses ela sonhava encontrar na Austrália ou Nova Zelandia um milionário que falasse três línguas e que entendesse de barcos. A viajem era difícil, ela poderia ser sem volta...
Tink: Hey moça! Ai em cima não vai conseguir ficar mais leve.
Van: Desculpe. Estava só memorizando a paisagem.
Voltou ao convés para verificar a lista de providencias. Estava tudo em ordem. Esse fim de semana ela velejaria pela ultima vez antes da viajem definitiva, para se certificar que estava tudo certo. Depois passaria os últimos dias com a família para descontrair antes do tiro de partida.
Tink: Tem certeza que não que eu vá contigo?
Van: Agradeço a oferta, mas não vou precisar. Mas me diga como vais estar o tempo mais tarde?
Na fabrica de velas Tink era responsável por cortar e costurar, mas no que diz respeito a viajem ele era o homem de confiança e também o metereologista.
Tink: Nada de bom. (informou tirando um papel do bolso) Parece que vem baixa pressão e veja aqui algumas isóbaras atrás da depressão.
Van: Isso significa mais vento.
Tink: Preferia que não fosse, mas já que vai, é melhor ir para sudoeste e se adiantar à tempestade.
Van: Até domingo grandalhão!
Tink: Entre em contato pelo radio se precisar de mim. E sabe que vou ficar preocupado com você.
Van: Vai dar cabo de um monte de cachorros quente hoje a noite, não é?
Tink: Como um por você.
Van girou a chave e o motor ruiu.
XxxX: hey! Marinheiro! (gritou uma mulher do cais) Não tem um beijo de despedida para a senhora aqui não!
Gina Hudgens era parecida com a filha.
Gina: Estava na cozinha olhando pela janela quando te vi no topo do mastro. Aí vim aqui dizer olá.
Van: OOOh! Mãe! Desculpa não ter te ligado. Tenho estado tão ocupada.
Gina: Não se preocupe comigo. Tenho andado doida tentando angariar fundo para sua aventura. (A muitos anos ela pertencia à direção da Sociedade Humanitária de Mulheres, uma instituição antiga de caridade.) Tome cuidado lá fora. Conto com você pra entreter as velhinhas.
Van: Estarei lá. Não se preocupe.
Gina: Não se esqueça que a WBZ vem na quarta-feira me entrevistar sobre a sua viajem e você tem que me ensinar o que falar pra não te envergonhar. (Ela olhou o barco de cima a baixo) Seu pai ia ficar muito orgulhoso e com muito ciúme também. Quando retorna?
Van: No domingo para o jantar. Talvez mais cedo. Depende do vento.
Gina: Quer que eu faça sua sopa preferida?
Van: Sim. Por favor.
Gina: Te adoro! Boa viajem e não esquece de ir visitar a sua vó quando voltar. Ela iria adorar um abraço da neta.
Elas se despediram com um abraço. Van seguiu velejando.
Sei que tá meio triste mas daki uns dois capitulos tem o encontro Zanessa... aguardem e comentem tah!
Ameiii
ResponderExcluirPosta Logooo
AAA
ResponderExcluirta incrivel...
lindo mesmo florzinha.
Achou que eu ia te chamar de florzinha do brejÔ né? haha
Se vc não sabe do que eu to falando, esquece essa bestera toda, ou da uma lida noscoments do seu outro blog... hehe
BEIJOs e poooosta rapido, eu to anciosa pelo encontro e zanessa.
;*