sábado, 21 de agosto de 2010

Capitulo 01 ***** Decisões impensadas****

O Zachary Efron não era o melhor rapaz do Condado de Essex, nem sequer o mais esperto, mas sem dúvida tinha futuro. Era sobdelegado de turma e vice-capitão do clube de debates. Com sua covinha malandra na bochecha, os olhos azuis escondidos sob uma mecha de seus cabelos quase loiros, aos 15 anos podia já considerar-se bonito. Na escola era amigo de atletas e de outros populares e até tinha uma namorada um ano mais velha. Sim, o Zachary Efron era um garoto com sorte, astuto e ágil, com um bom futuro pela frente, talvez até uma bolsa em Dartmouth, em Princeton ou numa dessas escolas finas.

A mãe, Starlla, aplaudia todas as suas proezas. Na verdade Zac era simultaneamente a causa e a cura das desilusões de sua própria vida. Começou com uma gravidez indesejada que levou ao abandono do homem que ela amava. Em breve chegou o segundo filho de outro pai que se sumiu e os anos se transformaram numa mancha indistinta de luta constante. Contudo, e apesar de todo o sofrimento da mãe, Zac apagava-lhe a dor com o brilho de seu olhar e seu otimismo. Passara a depender dele, o seu anjo, o seu mensageiro da esperança e nada do que ele fazia era ruim.
Cresceu rapidamente, estudava com afinco, cuidava da mãe e adorava o irmão mais novo, que se chamava Dilan. Zac acreditava que era o único protetor do irmão e sabiam que um dia iam subir na vida. Os rapazes tinham três anos de diferença, cabelo e pele um pouco diferentes, não lançavam com o mesmo braço, mas eram grandes amigos, unidos pelo seu amor à pesca, pelo gosto de subir em árvores, por um cachorro chamado Oscar e pelos Red Sox(time de beisebol).

Então, um dia, Zac tomou uma decisão trágica, cometeu um erro que a policia foi incapaz de explicar e que o tribunal de menores se esforçou por ignorar.
Era uma sexta-feira. A mãe estava  trabalhando no turno da noite. Os rapazes estavam com tempo livre, já que só precisaria fazer os deveres de casa no domingo, já tinham ido espiar a vizinhança . No fim do dia tinham praticado lançamentos embaixo dos pinheiros no jardim, como era de costume desde que Zac deu a primeira luva de presente pra Dylan quando ele fez sete anos. Agora já estava escuro e as brincadeiras tinham acabado.
Dylan não se importava de se jogar no sofá e ficar vendo televisão, mas Zac tinha uma surpresa. Queria ação e acabou lembrando de um plano ótimo.

Zac: Que tal irmos pescar na praia? (perguntou tentando enganar o irmão)
Dylan: É chato! Não tem nada de novo. E se fossemos no cinema? O Nick Burridge nos deixa entrar pelos fundos.
Zac: Tenho uma idéia melhor.
Dylan: O filme é para maiores de 17. O que pode ser melhor?
Zac tirou dois ingressos dos bolsos, ingressos para o jogo dos Red Sox, que seria contra os Yankees.
Dylan: Hãn!!! Onde conseguiu isso?
Zac: Vai comigo?
Dylan: E como vamos fazer pra chegar até lá?
Zac: Não se preocupe... A Srª. Pung está de férias. Podemos usar o carro dela.
Dylan: Levar o carro dela? Você nem tem carteira.
Zac: Quer ir ou não?  
Dylan: E a mamãe?
Zac: Não se preocupe ela nem vai saber.
Dylan: Não podemos deixar o Oscar sozinho. Ele vai virar a casa de pernas pro ar.
Zac: Ele pode vir conosco.

E assim Zac, Dylan e o cachorrinho logo seguiram a caminho de Boston. O relatório feito pela policia posteriormente não mencionou que se tratavam de dois menores sem carteira no carro. Na ocasião a Srª Pung nem sequer prestou queixa. Ela dizia que eram bons meninos, que só haviam levado o carro emprestado. Foi um erro terrível e pagaram um preço alto.

Ambos partiram discutindo sobre os jogos:

Zac: Agora só precisam quebrar o feitiço do Bambino. (tratava-se de uma supertição dos fanáticos de Boston: A venda de Babe Ruth aos Yankees amaldiçoou os Soxs)
Dylan: Não acredita mesmo nisso né?
Zac: Oras... Pense comigo. Os Soxs não ganham a liga desde 1918 e os Yankees ganharam vinte e duas vezes. É só fazer as contas.
Dylan: Que é isso... não foi o Babe que fez com que o Bill Buckner falhasse naquela bola em 86!
Zac: E como você sabe?
Dylan: Não foi e pronto.
Zac: Bem, eu acho que foi.
Dylan: Não foi.
Zac: Foi.
Dylan: Empatados? (falou de má vontade)
Zac: Ok! Empatados.

E assim a discussão terminou, mas não de vez. O empate era uma forma de parar com uma discussão que teria continuado a noite inteira. Seria com certeza registrada no Livro de Pequenas e Grandes Discussões de Zac e Dylan e, após os adequados passos processuais, podia ser resgatada a qualquer momento. Ignorando a diferença de idade Dylan entregava-se a estas discussões apaixonadamente e era comum os dois irmãos passarem horas na biblioteca municipal, a recolher munições para suas batalhas.
Atravessaram a ponte até Boston com Oscar debruçado na janela, com seu pelo avermelhado e branco, era o mascote perfeito para aquela aventura.

Eles se sentaram na arquibancada, com Oscar devidamente acomodado em uma mochila. Curtiram a vitória dos Soxs por 2-0, e continuaram ali sentados mesmo depois de todos irem ambora.

Zac: Um dia nós ainda vamos ter os ingressos para a temporada inteira e na primeira fila.
Dylan: A arquibancada pra mim ta ótimo. Nem quero saber qual o lugar, desde que esteja contigo, isso é que faz o basebol uma coisa tão divertida.
Zac: Nós vamos sempre jogar Dylan. Aconteça o que acontecer.
As luzes do estádio começaram a se apagar.
Zac: É melhor irmos andando.

A viajem para casa foi muito mais rápida. Curtiram algumas musicas depois o silencio predominou. E então Dylan perguntou de repente.

Dylan: Quanto tempo falta para eu ser grande?
Zac: Já é.
Dylan: É serio. Quanto tempo falta para eu deixar de ser criança?
Zac: Oficialmente, quando tiver 12 anos é um homem e pode fazer o que quiser.
Dylan: Quem disse?
Zac: Eu digo.
Dylan: Sou homem, posso fazer o que quiser. (repetiu feliz. Uma lua enorme pairava sobre o rio e ele baixou a janela.) Olha, hoje está maior, deve estar mais perto de nós.
Zac: Não. A distancia é sempre a mesma. Não passa de ilusão de ótica.
Dylan: Não é desilusão ótica coisa nenhuma. Esta noite está mais perto. Juro! Olha, consegue ver um halo, tal como nos anjos.
Zac: Não é nada disso. É a refração dos cristais de gelo na atmosfera.

Zac olho pelo espelho e um carro pontava a direita e deu uma olhada rápida do outro lado. A lua cintilava entre as grades da ponte levadiça, mantendo-se ao lado deles enquanto aceleravam para casa. Na verdade, parecia mesmo mais perto que nunca. Virou a cabeça para olhar melhore pensando que a ponte estava vazia, apertou o acelerador.

De todas as decisões impensadas daquela noite, esta foi certamente a pior. Zac quis ultrapassar a lua e, no ultimo segundo antes do fim, teve a imagem perfeita da felicidade, o rosto inocente de Dylan erguido pra ele, um caracol caído sobre a testa, a luva de basebol na mão. Depois foi apenas vidros e metal estilhaçados e escuridão.

Talvez inda hoje eu posto o cap 02. Se não só amanhã...

Espero que gostem e comentem muiiitooo!!!!!!!

Beijossssssssss

Um comentário:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAh
    Caraca... que triste néah?
    UUn.. to esperando pelo próximo.!
    posta?
    beijos amiga.

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